Acessibilidade / Reportar erro

Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais

Resumos

Freqüentemente, a descrição de pesquisas de natureza observacional é inadequada, dificultando a avaliação de seus pontos fracos e fortes e, em conseqüência, a generalização de seus resultados. A iniciativa denominada Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), formulou uma lista de verificação que contém 22 itens, denominada STROBE Statement ("Declaração STROBE"), com recomendações sobre o que deveria ser incluído em uma descrição mais precisa e completa de estudos observacionais. Entre junho e dezembro de 2008, um grupo de pesquisadores brasileiros dedicou-se à tradução e adaptação da "Declaração STROBE" para o português. O objetivo do estudo foi apresentar a tradução para o português, bem como introduzir a discussão sobre o contexto de utilização, as potencialidades e limitações da Iniciativa STROBE.

Estudos Observacionais; Estudos Epidemiológicos; Métodos e Procedimentos Estatísticos; Avaliação da Pesquisa em Saúde; Lista de Checagem; Tradução (Produto)


Reporting of observational studies is often inadequate, hampering the assessment of their strengths and weaknesses and, consequently, the generalization of study results. The initiative named Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) developed a checklist of 22 items, the STROBE Statement, with recommendations about what should be included in a more accurate and complete description of observational studies. Between June and December 2008, a group of Brazilian researchers was dedicated to the translation and adaptation of the STROBE Statement into Portuguese. The present study aimed to show the translation into Portuguese, introduce the discussion on the context of use, the potential and limitations of the STROBE initiative.

Observational Studies; Epidemiologic Studies; Statistical Methods and Procedures; Health Research Evaluation; Checklist; Translations


COMENTÁRIOS

Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais

STROBE initiative: guidelines on reporting observational studies

Monica MaltaI; Leticia Oliveira CardosoII; Francisco Inacio BastosIII; Monica Maria Ferreira MagnaniniIV; Cosme Marcelo Furtado Passos da SilvaII

IDepartamento de Ciências Sociais. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP). Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Rio de Janeiro, RJ, Brasil

IIDepartamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde. ENSP. Fiocruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil

IIILaboratório de Informação em Saúde. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Fiocruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil

IVInstituto de Estudos em Saúde Coletiva. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Correspondência | Correspondence Correspondência | Correspondence: Monica Malta Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fiocruz R. Leopoldo Bulhões, 1480, sala 905 - Manguinhos 21041-210 Rio de Janeiro, RJ, Brasil E-mail: mmalta@jhsph.edu

RESUMO

Freqüentemente, a descrição de pesquisas de natureza observacional é inadequada, dificultando a avaliação de seus pontos fracos e fortes e, em conseqüência, a generalização de seus resultados. A iniciativa denominada Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), formulou uma lista de verificação que contém 22 itens, denominada STROBE Statement ("Declaração STROBE"), com recomendações sobre o que deveria ser incluído em uma descrição mais precisa e completa de estudos observacionais. Entre junho e dezembro de 2008, um grupo de pesquisadores brasileiros dedicou-se à tradução e adaptação da "Declaração STROBE" para o português. O objetivo do estudo foi apresentar a tradução para o português, bem como introduzir a discussão sobre o contexto de utilização, as potencialidades e limitações da Iniciativa STROBE.

Descritores: Estudos Observacionais. Estudos Epidemiológicos. Métodos e Procedimentos Estatísticos. Avaliação da Pesquisa em Saúde. Lista de Checagem. Tradução (Produto).

ABSTRACT

Reporting of observational studies is often inadequate, hampering the assessment of their strengths and weaknesses and, consequently, the generalization of study results. The initiative named Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) developed a checklist of 22 items, the STROBE Statement, with recommendations about what should be included in a more accurate and complete description of observational studies. Between June and December 2008, a group of Brazilian researchers was dedicated to the translation and adaptation of the STROBE Statement into Portuguese. The present study aimed to show the translation into Portuguese, introduce the discussion on the context of use, the potential and limitations of the STROBE initiative

Descriptors: Observational Studies. Epidemiologic Studies. Statistical Methods and Procedures. Health Research Evaluation. Checklist. Translations.

Ensaios clínicos e estudos observacionais no contexto da pesquisa biomédica contemporânea

Os ensaios clínicos randomizados têm sido descritos como padrão-ouro para pesquisas biomédicas por apresentarem elevada validade interna e, conseqüentemente, maior precisão na avaliação da eficácia e efetividade de diversas ações terapêuticas e preventivas em saúde.4

No entanto, pesquisas em saúde pública freqüentemente abordam questões para as quais esse desenho de estudo não é adequado e/ou ético, ou, ainda, para as quais a transposição dos achados de estudos clínicos randomizados para condições concretas de intervenção e/ou tratamento evidencia dificuldades importantes em termos da validade externa de achados obtidos no contexto específico dos ensaios clínicos. De acordo com Victora et al,26 ensaios clínicos randomizados representam freqüentemente uma escolha inadequada para avaliar o desempenho e o impacto de intervenções em larga escala, especialmente em contextos de heterogeneidade, seja ela social, econômica, seja geográfica. Além disso, existem aspectos operacionais que podem dificultar, ou mesmo impedir, a realização dos ensaios clínicos: indivíduos podem não querer ser alocados aleatoriamente para determinado grupo de intervenção, a alocação aleatória pode não ser possível ou eticamente aceitável no contexto da pesquisa, ou, ainda, apenas participantes com determinadas características podem aceitar participar da alocação aleatória.31 Diante da impossibilidade ou inadequação de realizar ensaios clínicos randomizados, seja por questões éticas, seja por questões operacionais, os estudos observacionais apresentam-se como uma solução mais factível e, particularmente no caso dos estudos de coorte, como alternativas relevantes, em termos do acompanhamento do impacto de determinadas intervenções ao longo do tempo.22

Estudos observacionais mostram-se mais adequados para evidenciar efeitos adversos raros ou tardios associados a determinados tratamentos e freqüentemente oferecem uma indicação mais precisa sobre o que é alcançado na prática clínica cotidiana, uma vez que lançam mão de uma situação dada e observam os resultados daí resultantes, que podem ser contexto-dependente.17 Uma demonstração clara de que ensaios clínicos podem se mostrar incapazes de evidenciar efeitos adversos raros e/ou de aparecimento tardio é a necessidade de desenvolver, na esfera de formulação de novos fármacos e/ou terapias, estudos ditos de fase IV, ou seja, pós-comercialização. A recente retirada do mercado de produtos que passaram por todas as fases pré-clínicas e clínicas de pesquisa, tendo sido aprovados pelos respectivos órgãos reguladores, como o FDA (Food and Drug Administration) nos EUA, documenta claramente as limitações dos ensaios clínicos e a necessidade da vigilância farmacológica continuada.12

O impacto adverso dos antiinflamatórios não-esteróides sobre a morbi-mortalidade cardiovascular vem sendo documentado em estudos de casuística ampla, sob acompanhamento por tempo prolongado. Tais efeitos até então eram imperceptíveis no contexto de estudos clínicos e mesmo da farmacovigilância, envolvendo número restrito de casos e/ou tempo relativamente breve de observação.10

Os dados descritos ressaltam a relevância da condução de estudos observacionais. Muito freqüentemente, ensaios clínicos randomizados não podem ser realizados por questões éticas, políticas ou de infra-estrutura, como, por exemplo, estudos que avaliariam a efetividade de intervenções a favor dos quais se acumulam evidências empíricas favoráveis, ainda que restritas a estudos observacionais, em especial, em se tratando de populações vulneráveis. Esse é o caso, por exemplo, dos programas de redução de danos para usuários de drogas injetáveis, ação de saúde pública jamais avaliada por intermédio de estudos randomizados, em virtude das evidências, ainda que integralmente tributárias de estudos observacionais, de que evitam novas infecções por diferentes patógenos de transmissão sangüínea e/ou sexual.

Uma segunda limitação para realização desse tipo de estudo inclui os custos associados e o tempo necessário para obter resultados significativos. Estudos observacionais são menos dispendiosos e permitem a análise de dados em período mais curto, o que pode ser vital em termos da formulação ágil de políticas públicas, particularmente em países de renda baixa e média e situações emergenciais. Basta considerar um estudo que pretenda avaliar a associação entre níveis de colesterol na dieta e doença coronariana subseqüente.

Uma terceira questão refere-se ao fato de que as amostras de estudos observacionais são freqüentemente mais representativas da população-alvo da intervenção do que ensaios clínicos randomizados, os quais tendem a ser realizados em ambientes específicos, como hospitais de referência, e com pacientes que possam aderir a protocolos bastante restritivos de tratamento e acompanhamento. Por fim, muitos estudos idealizados para serem ensaios clínicos randomizados tornam-se, na prática, bastante próximos de estudos observacionais quando protocolos são quebrados, pacientes abandonam o estudo antecipadamente, existem dados faltantes, dentre outros aspectos.

Apresentação de resultados de estudos observacionais nas pesquisas biomédicas

A descrição e apresentação de achados das pesquisas devem ocorrer de forma transparente, uma vez que a credibilidade do estudo depende de uma avaliação crítica, por parte de editores, pares da comunidade científica e pelo público leitor, acerca dos pontos fortes e fracos relacionados ao desenho, à condução e à análise utilizados. A descrição clara e coerente também é necessária para permitir o julgamento sobre se e como determinados resultados de pesquisa devem ser incorporados em políticas públicas e/ou intervenções de grande porte.26,27

No entanto, muitos estudos epidemiológicos (observacionais e experimentais) publicados em revistas científicas não apresentam informações essenciais, descritas de forma clara e adequada.23,28-30,32

Uma revisão sistemática realizada em 2008 buscou avaliar a qualidade dos relatos acerca dos efeitos e/ou do tratamento dos confundimentos em estudos observacionais,11 identificando que uma pequena parcela das pesquisas publicadas descreve de forma adequada o papel de variáveis confundidoras em potencial sobre os resultados relatados.

Buscando identificar a falta de clareza na descrição de estudos epidemiológicos, um grupo de pesquisadores europeus e norte-americanos desenvolveu uma estratégia que objetiva apresentar os itens que devem ser abordados na descrição de ensaios clínicos randomizados - a estratégia Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT).ª a CONSORT Statement 2010. [citado 2010 abr 12] Disponível em: http://www.consort-statement.org/consort-statement/ O CONSORT compreende uma lista de verificação (checklist) contendo 22 itens que deveriam ser abordados na descrição de tais estudos. A iniciativa já foi adotada por mais de 300 revistas científicas; sua utilização tem sido associada a uma melhor qualidade da descrição de estudos dessa natureza e tem sido revisada, regularmente, desde sua publicação em 1996.2,6

Nos últimos 15 anos, uma dezena de listas de verificação foi elaborada, objetivando melhorar a qualidade da apresentação dos resultados de diversos desenhos de estudo. Além do CONSORT, estão disponíveis na literatura especializada a iniciativa denominada Quality of Reporting of Meta-Analyses (QUORUM - Qualidade da Apresentação dos Resultados de Meta-Análises"),15 a Meta-Analysis of Observational Studies in Epidemiology ("MOOSE - Meta-Análise de Estudos Observacionais em Epidemiologia")21 e a Standards for Reporting of Diagnostic Accuracy ("STARD - Padrões relativos à Apresentação de Achados de Estudos sobre a Acurácia Diagnóstica").3

Seguindo essa tendência, um grupo de pesquisadores desenvolveu a iniciativa Strengthening the Reporting of Observational studies in Epidemiology ("Strobe - Aprimorando a Apresentação de Resultados de Estudos Observacionais em Epidemiologia"), a qual engloba recomendações para melhorar a qualidade da descrição de estudos observacionais.30

A Iniciativa STROBE

Os itens que compõem o STROBE são relacionados a informações que deveriam estar presentes no título, resumo, introdução, metodologia, resultados e discussão de artigos científicos que descrevem estudos observacionais. Dezoito itens são comuns a estudos de coorte, caso-controle e estudos seccionais e quatro itens são específicos para cada um desses três desenhos de estudo. A Iniciativa STROBE oferece um modelo que poderá ser seguido por autores de estudos observacionais e que objetiva contribuir para um relato mais adequado desses estudos e, conseqüentemente, facilitar a leitura crítica dessas publicações por parte de editores, revisores e leitores em geral.30

A Iniciativa STROBE foi originalmente publicada em inglês. Posteriormente, grupos independentes de pesquisa de diversos países traduziram a listagem de verificação e os princípios básicos da Iniciativa STROBE para outros idiomas, objetivando com isso disseminar para uma audiência cada vez maior os princípios que deveriam nortear a descrição de estudos observacionais.1,8,9,16,20,28,29

O presente estudo apresenta a primeira versão em português dos princípios básicos da Iniciativa STROBE, o qual foi realizado por meio de parceria entre pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, Universidade Federal do Rio de Janeiro e os pesquisadores que desenvolveram a Iniciativa STROBE.

Objetivo e Utilização da Iniciativa STROBE

A lista de verificação e os documentos que descrevem a Iniciativa STROBE foram elaborados por meio de um processo de colaboração que incluiu pesquisadores que trabalham na área de epidemiologia, estatística e metodologia de pesquisa, além de editores de diversas revistas científicas. A intenção da Iniciativa STROBE é oferecer uma recomendação sobre como relatar estudos observacionais de forma mais adequada sem fazer com que tais recomendações sejam percebidas como prescrições para elaborar o desenho ou conduzir esses estudos. Além disso, embora a clareza na descrição seja um pré-requisito para avaliação, a lista de verificação (checklist) não deve ser utilizada como um instrumento para avaliar a qualidade de estudos observacionais.30

A literatura internacional contempla artigos nos quais são explicadas mais detalhadamente as razões para inclusão dos diferentes itens no checklist, a metodologia utilizada e exemplos considerados como descrições adequadas dos itens que fazem parte do checklist.24,25 A Iniciativa STROBE recomenda o uso do checklist em conjunto com artigos explicativos de seus diferentes itens.b b STROBE Statement. Strengthening the reporting of observational studies in epidemiology. Strobe checklists: version 4. Berna: University of Bern; 2007[citado 2010 abr 12]. Disponível em: http://www.strobe-statement.org/index.php?id=available-checklists

Tradução da Iniciativa STROBE para o português

Em 2008, um dos autores do presente artigo (MM), juntamente com o pesquisador responsável pela Iniciativa STROBE internacional (Mathias Egger), estabeleceram uma parceria para tradução desse instrumento para o português. A equipe responsável pela Iniciativa STROBE autorizou o grupo de pesquisadores brasileiros a elaborar uma versão para o português da lista de verificação na qual se baseia a Iniciativa STROBE.

A tradução inicial foi realizada de forma independente por dois dos autores do presente artigo (MM & LC). Após chegar a um consenso acerca da tradução final, esta foi enviada para pesquisadores que não estiveram envolvidos no processo de tradução (FIB, MMFM, CMFPS), os quais revisaram o texto. Finalmente, todos os autores se reuniram para obter uma versão final do texto, objetivando elaborar uma lista de verificação que utilizasse termos mais comuns em pesquisas e publicações na área de epidemiologia envolvendo estudos observacionais (Tabela). Os itens incluídos na lista de verificação são amplamente discutidos pelos autores da Iniciativa STROBE (Webannex).c c von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP. Declaração STROBE: Diretrizes para a comunicação de estudos observacionais[material suplementar na internet]. Malta M, Cardoso LO, tradutores.In: Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMFP. Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Rev Saude Publica. 2010;44(3):559-65.

Desdobramentos recentes da Iniciativa STROBE: pontos fortes e limitações

A Iniciativa STROBE tem suscitado um crescente debate na literatura científica. Segundo alguns autores, a iniciativa é percebida como uma estratégia importante e que, num futuro próximo, estará relacionada com a melhoria na qualidade da descrição de estudos observacionais.5,11,20 No entanto, alguns autores vêem a iniciativa com reservas. Editores se mostram reticentes diante do fato de a Iniciativa STROBE buscar formalizar a descrição de estudos elaborados em um campo de pesquisa tão heterogêneo como a epidemiologia, particularmente em se tratando de estudos observacionais. Tal iniciativa, segundo eles, poderia prejudicar a execução e descrição de pesquisas singulares e criativas.7 Alguns pesquisadores acreditam que a Iniciativa STROBE é importante para esse campo do conhecimento, mas que deve ser vista como uma iniciativa em processo de constante revisão, uma vez que qualquer estratégia desse tipo representa um consenso de um grupo específico, em um determinado momento.18-20

De acordo com MacMahon & Weiss,14 essas listas de verificação podem ser úteis para o pesquisador em início de carreira, para o qual esse tipo de normatização pode facilitar a descrição do estudo realizado. No entanto, esses autores afirmam que os princípios nos quais se baseiam esses checklists deveriam ser observados no início do processo, no momento de elaborar o desenho, condução e análise de estudos observacionais, e não apenas no momento de descrever a pesquisa. Os autores identificam ainda a existência de um risco para situações nas quais o autor só tome conhecimento desses checklists no momento de escrever seu artigo, de relatar o que deveria ter sido feito, e não o que realmente foi feito.

Críticas à parte, a Iniciativa STROBE pode ser utilizada como uma ferramenta a mais para nortear a construção de estudos epidemiológicos observacionais, além de poder ser utilizada como bibliografia de apoio para alunos de graduação e pós-graduação, objetivando contribuir para a formação de novas gerações de pesquisadores.

Reconhecemos que a Iniciativa STROBE deve ser vista como um processo em andamento e aberto a revisões, recomendações, críticas e novas evidências. A iniciativa está, atualmente, limitada aos três principais desenhos de estudo observacionais e em sua primeira versão. De acordo com os autores da Iniciativa STROBE, iniciativas que busquem adaptar o checklist para outros desenhos serão bem-vindas como, por exemplo, ensaio clínico cruzado (case-crossover) ou estudos ecológicos, além de tópicos relacionados a áreas específicas. Uma primeira extensão do STROBE está sendo atualmente desenvolvida para estudos que avaliem a associação entre doenças e genes: a iniciativa de extensão do STROBE para estudos de associação genética - STROBE Extension to Genetic Association studies (STREGA) Initiative. 13 Pesquisadores que tenham interesse em desenvolver extensões da Iniciativa STROBE poderão entrar em contato com o grupo de coordenação por meio do website da iniciativa, objetivando evitar a duplicação de esforços.

Recebido: 26/1/2010

Aprovado: 3/3/2010

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

  • 1
    Altman DG, Moher D. Developing guidelines for reporting healthcare research: scientific rationale and procedures. Med Clin (Barc). 2005;125(Supl 1):8-13. DOI:10.1016/S0025-7753(05)72203-X
  • 2
    Begg C, Cho M, Eastwood S, Horton R, Moher D, Olkin I, et al. Improving the quality of reporting of randomized controlled trials. The CONSORT statement. JAMA 1996;276(8):637-9. DOI:10.1001/jama.276.8.637
  • 3
    Bossuyt PM, Reitsma JB, Bruns DE, Gatsonis CA, Glasziou PP, Irwig LM, et al. Towards complete and accurate reporting of studies of diagnostic accuracy: the STARD initiative. Standards for Reporting of Diagnostic Accuracy. Clin Chem. 2003;49(1):1-6. DOI:10.1373/49.1.1
  • 4
    Devereaux PJ, Yusuf S. The evolution of the randomized controlled trial and its role in evidence-based decision making. J Intern Med. 2003;254(2):105-13. DOI:10.1046/j.1365-2796.2003.01201.x
  • 5
    Ebrahim S, Clarke M. STROBE: new standards for reporting observational epidemiology, a chance to improve. Int J Epidemiol. 2007;36(5):946-8. DOI:10.1093/ije/dym185
  • 6
    Egger M, Jüni P, Bartlett C; CONSORT Group (Consolidated Standards of Reporting of Trials). Value of flow diagrams in reports of randomized controlled trials. JAMA 2001;285(15):1996-9. DOI:10.1001/jama.285.15.1996
  • 7
    Editors. Probing STROBE. Epidemiology 2007;18(6):789-90. DOI:10.1097/EDE.0b013e318157752d
  • 8
    Fernández E, Cobo E, Guallar-Castillón P. The STROBE statement or how to improve the reporting of observational studies. Gac Sanit. 2008;22(2):87-9. DOI:10.1590/S0213-91112008000200001
  • 9
    Fernández E. Estudios epidemiologicos (STROBE). Med Clin (Barc). 2005;125(Supl.1):43-8.
  • 10
    Fosbøl EL, Gislason GH, Jacobsen S, Folke F, Hansen ML, Schramm TK, et al. Risk of myocardial infarction and death associated with the use of nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) among healthy individuals: a nationwide cohort study. Clin Pharmacol Ther. 2009;85(2):190-7. DOI:10.1038/clpt.2008.204
  • 11
    Groenwold RH, Van Deursen AM, Hoes AW, Hak E. Poor quality of reporting confounding bias in observational intervention studies: a systematic review. Ann Epidemiol. 2008;18(10):746-51. DOI:10.1016/j.annepidem.2008.05.007
  • 12
    Härmark L, van Grootheest AC. Pharmacovigilance: methods, recent developments and future perspectives. Eur J Clin Pharmacol. 2008;64(8):743-52. DOI:10.1007/s00228-008-0475-9
  • 13
    Little J, Higgins JP, Ioannidis JP, Moher D, Gagnon F, von Elm E, et al. Strengthening the Reporting of Genetic Association Studies (STREGA): an extension of the STROBE statement. PLoS Med. 2009;6(2):e22. DOI:10.1371/journal.pmed.1000022
  • 14
    MacMahon B, Weiss NS. Is there a dark phase of this STROBE? Epidemiology 2007;18(6):791. DOI:10.1097/EDE.0b013e3181570f6e
  • 15
    Moher D, Cook DJ, Eastwood S, Olkin I, Rennie D, Stroup DF. Improving the quality of reports of meta-analyses of randomised controlled trials: the QUOROM statement. Quality of Reporting of Meta-analyses. Lancet 1999;354(9193):1896-900. DOI:10.1016/S0140-6736(99)04149-5
  • 16
    Morales Asencio JM, Gonzalo Jiménez E, Martín Santos FJ, Morilla Herrera JC. Salud pública basada en la evidencia: recursos sobre la efectividad de intervenciones en la comunidad. Rev Esp Salud Publica. 2008;82(1):5-20. DOI:10.1590/S1135-57272008000100002 
  • 17
    Papanikolaou PN, Christidi GD, Ioannidis JPA. Comparison of evidence on harms of medical interventions in randomized and nonrandomized studies. CMAJ 2006;174(5):635-41. DOI:10.1503/cmaj.050873
  • 18
    Rothman KJ, Poole C. Some guidelines on guidelines: they should come with expiration dates. Epidemiology 2007;18(6):794-6. DOI:10.1097/EDE.0b013e3181571259
  • 19
    Rothwell PM, Bhatia M. Reporting of observational studies. BMJ. 2007;335(7624):783-4. DOI:10.1136/bmj.39351.581366.BE
  • 20
    Stehouwer CD. The reporting of observational studies: useful and appreciable recommendations for improvement. Ned Tijdschr Geneeskd. 2008;152(4):182-4.
  • 21
    Stroup DF, Berlin JA, Morton SC, Olkin I, Williamson GD, Rennie D, et al. Meta-analysis of observational studies in epidemiology: a proposal for reporting. Meta-analysis Of Observational Studies in Epidemiology (MOOSE) group. JAMA 2000;283(15):2008-12. DOI:10.1001/jama.283.15.2008
  • 22
    Szklo M, Nieto FJ. Epidemiology: beyond the basics. 2. ed. Boston: Jones & Bartlett; 2007.
  • 23
    Tooth L, Ware R, Bain C, Purdie DM, Dobson A. Quality of reporting of observational longitudinal research. Am J Epidemiol. 2005;161(3):280-8. DOI:10.1093/aje/kwi042
  • 24
    Vandenbroucke JP, von Elm E, Altman DG, Gøtzsche PC, Mulrow CD, Pocock SJ, et al. Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE): explanation and elaboration. Epidemiology 2007;18(6):805-35. DOI:10.1097/EDE.0b013e3181577511
  • 25
    Vandenbroucke JP, von Elm E, Altman DG, Gøtzsche PC, Mulrow CD, Pocock SJ, et al. Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE): explanation and elaboration. Ann Intern Med. 2007;147(8):W163-94.
  • 26
    Victora CG, Habicht JP, Bryce J. Evidence-based public health: moving beyond randomized trials. Am J Public Health. 2004;94(3):400-5. DOI:10.2105/AJPH.94.3.400
  • 27
    Visentin G, Risk and Prevention Study Group. Towards evidence-based practice via practice-based evidence: the Italian experience. Fam Pract. 2008;25(Supl 1):i71-4. DOI:10.1093/fampra/cmn079
  • 28
    von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP, et al. Declaración de la iniciativa STROBE (Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology): directrices para la comunicación de estudios observacionales. Rev Esp Salud Publica. 2008;82(3):251-9. DOI:10.1590/S1135-57272008000300002 
  • 29
    von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP, et al. Das Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE-) Statement: Leitlinien für das Berichten von Beobachtungsstudien. Internist (Berl). 2008;49(6):688-93. DOI:10.1007/s00108-008-2138-4
  • 30
    von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP, et al. Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. BMJ. 2007;335(7624):806-8. DOI:10.1136/bmj.39335.541782.AD
  • 31
    West SG, Duan N, Pequegnat W, Gaist P, Des Jarlais DC, Holtgrave D, et al. Alternatives to the randomized controlled trial. Am J Public Health. 2008;98(8):1359-66. DOI:10.2105/AJPH.2007.124446
  • 32
    Zwarenstein M, Treweek S, Gagnier JJ, Altman DG, Tunis S, Haynes B, et al. Improving the reporting of pragmatic trials: an extension of the CONSORT statement. BMJ 2008;337:a2390. DOI:10.1136/bmj.a2390.
  • Correspondência | Correspondence:
    Monica Malta
    Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fiocruz
    R. Leopoldo Bulhões, 1480, sala 905 - Manguinhos
    21041-210 Rio de Janeiro, RJ, Brasil
    E-mail:
  • a
    CONSORT Statement 2010. [citado 2010 abr 12] Disponível em:
  • b
    STROBE Statement. Strengthening the reporting of observational studies in epidemiology. Strobe checklists: version 4. Berna: University of Bern; 2007[citado 2010 abr 12]. Disponível em:
  • c
    von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP. Declaração STROBE: Diretrizes para a comunicação de estudos observacionais[material suplementar na internet]. Malta M, Cardoso LO, tradutores.In: Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMFP. Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Rev Saude Publica. 2010;44(3):559-65.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Jun 2010
    • Data do Fascículo
      Jun 2010

    Histórico

    • Aceito
      03 Mar 2010
    • Recebido
      26 Jan 2010
    Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo Avenida Dr. Arnaldo, 715, 01246-904 São Paulo SP Brazil, Tel./Fax: +55 11 3061-7985 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: revsp@usp.br